A Matemática sempre me fascinou. No começo eu nem me preocupava com sua utilidade. O que eu gostava mesmo era de mexer com os números e chegar a um resultado que ninguém no mundo poderia dizer que estava errado. Mas para apresentar gosto pela nobre ciência, ou ao menos considerá-la útil no dia-a-dia, não é necessário passar horas a fio na frente de problemas complexos sem saber se um dia você conseguirá desvendá-los ou utilizá-los, afinal, como a própria história nos mostra, a matemática surgiu com a necessidade prática. Tentarei, nos próximos parágrafos, mostrar o quão presente a matemática está na nossa vida, de modo a provar que não é necessário ser um gênio louco ou um professor, para se beneficiar com o estudo da matemática.
Pulando a parte de contar carneiros com pedras, a matemática começou a se desenvolver nos séc. IX e VIII a.C. na Babilônia. Os babilônicos e os egípcios usavam da matemática para resolver problemas práticos, desenvolvendo a álgebra e a geometria. Apenas a partir dos séc. VI e V a. C., na Grécia, é que se pode encarar a matemática como ciência, uma vez que os gregos estudaram problemas com processos infinitos, movimento e continuidade, resolvendo questões sem se preocuparem com suas aplicações práticas.
Possivelmente 95% dos alunos dos ensinos fundamental e médio, estudam a matemática com desprezo e irritação, por vezes soltando frases do tipo: “pra que droga é que isto serve?”, “pra que é que eu quero saber que o logaritmo de 2 na base 10 é 0,301?”, “em que isso vai mudar a minha vida?”. Mas não precisamos pensar muito para desmentir todas essas injustiças. A matemática está em todos os lugares! E indo um pouco além: Não interessa que ramo de vida se escolha tomar – a matemática lhe perseguirá, sendo que ninguém está totalmente livre dessa ciência, pois como dizem por aí, a tendência é de que todas as ciências se matematicalizem, afinal “todas as coisas são números” (Pitágoras).
Depois das operações básicas (soma, subtração, multiplicação e divisão) uma das primeiras coisas que o aluno tem contato são os Conjuntos. É sabido que muita gente limita sua visão dos conjuntos aos diagramas de Venn (aqueles círculos), mas vamos reparar num exemplo bem próximo: A tabela de classificação do campeonato brasileiro. Dividido num grande conjunto de 20 times, temos subconjuntos tais como os 4 que se classificam para a libertadores, a zona de rebaixamento, os que vão para a sul-americana, etc. Bem simples imaginar relações de pertinência, união, igualdade, existência (o Vasco, por exemplo, não existe na série A), etc. Um outro exemplo, desta vez utilizando os benditos diagramas de Venn, é fazer um quadro com os tipos sanguíneos utilizando como fatores de diferenciação os antígenos do sangue (A, B e Rh).